TINNITUS

O zumbido pode ser definido como uma ilusão auditiva, ou seja, uma sensação sonora não relacionada com uma fonte externa de estimulação. A palavra tinnitus deriva do latim tinnire, que significa tocar, zumbir (to ring).

CAUSAS DIVERSAS

Em um quadro normal, as vias auditivas captam a vibração dos sons gerados no ambiente e os enviam na forma de impulsos elétricos para o cérebro. O distúrbio se instala quando as vias auditivas passam aenviar estes impulsos mesmo sem haver uma fonte externa gerando o som.
As causas otológicas são as mais freqüentes. Muitas vezes, a freqüência do zumbido está próxima à região de maior perda auditiva na audiometria. Outras doenças otológicas podem causar ou agravar o zumbido, como doença de Ménière, otosclerose, otites crônicas e labirintopatias recorrentes. Exposição à ruídos intensos também podem causar zumbidos temporários ou definitivos.

Além destes, muitos outros fatores que aparentemente não têm nada a ver com o sistema auditivo podem dar origem a esse sintoma: uso de medicamentos específicos, hábitos de vida e hábitos alimentares, alterações cardiovasculares e metabólicas, origem emocional (estresse, ansiedade, etc), tensão postural ou de articulação temporo-mandibular e, em muitos casos, a combinação de vários destes fatores.

Para um tratamento eficaz do zumbido é ideal a pesquisa do fator causador ou desencadeador deste sintoma.

TORMENTO

O som da maioria dos zumbidos é agudo com volume entre três e sete decibéis (db), valor considerado bastante baixo. Somente como termo de comparação, o ruído da respiração, que é quase inaudível, fica em torno de 10 db, enquanto o do sussurro atinge cerca de 20 db.

O valor do som em decibéis, entretanto, não tem nada a ver com o incômodo que ele causa. O grau de desconforto é notadamente subjetivo. Às vezes, um paciente com zumbido de 6 db relata que não se incomoda com o barulho e que, na maior parte do tempo, até esquece que ele existe. Já outro, que ouve um som de 3 db, pode queixar-se constantemente e considerá-lo insuportável, a ponto de não permitir que durma direito.

Distúrbios como ansiedade e depressão alteram os níveis dos neurotransmissores que estimulam as vias auditivas e podem causar zumbido. Como o estado emocional pode confundir a noção do que veio antes ou depois, é fundamental conduzir uma investigação minuciosa para saber o que é causa ou consequência e, assim, poder tratar adequadamente.

A dificuldade para identificar a origem do problema criou o mito de que não há tratamento eficaz para o zumbido.

TRATAMENTOS

A forte ligação entre zumbido e perda auditiva facilita bastante o tratamento. Nesses casos, para a maioria dos pacientes o uso de aparelho amplificador é suficiente para acabar com os dois problemas.

Quando o problema não decorre de perda auditiva, tenta-se identificar a causa. Essa é uma das partes mais difíceis do tratamento, já que, tirando o zumbido, o problema original pode ser totalmente assintomático.

Quando se torna inviável investigar todo o organismo em busca da causa do zumbido, a orientação é identificar os “gatilhos”, elementos que disparam ou pioram o desconforto. Álcool, sal, doces, chocolate,cafeína e nicotina são gatilhos comuns, mas nem sempre existe um elemento disparador. Quando nenhum gatilho é localizado, alguns medicamentos podem funcionar.

TERAPIA COM APARELHO AUDITIVO

A primeira etapa da terapia é dedicada a definir as principais características do zumbido. Com base nesse achado, o especialista configura um aparelho que gera um chiado padrão em volume um pouco mais baixo que o zumbido do ouvido. Atualmente, esse gerador de som vem embutido em aparelhos auditivos ou em equipamentos externos. O objetivo é desviar a atenção do cérebro do zumbido para o chiado, ecomo o som deste último é contínuo e monótono, a pessoa para de prestar atenção. É como treinar o cérebro para lidar com o zumbido da mesma forma que lida com o som de um ar-condicionado: ele percebe o som quando o ar é ligado, mas rapidamente passa a ignorá-lo, a ponto de só voltar a perceber quando ele é desligado.

O tratamento é longo, pode se estender de meses a anos, e durante todo esse tempo pode ser recomendado um aconselhamento psicológico. Quem tem o estresse como gatilho, por exemplo, não vai conseguir escapar de um eventual retorno de zumbido mais intenso. Normalmente, esse processo tem altos e baixos, sendo que o paciente pode desanimar-se por alguns períodos, principalmente quando a ansiedade é importante, porém os que cumprem o processo notam avanços progressivos que são muito estimulantes.

ALGUMAS RECOMENDAÇÕES:

  • É fundamental eliminar associações negativas, já que a probabilidade de o zumbido ser causado por um tumor ou algo mais grave é mínima;
  • Evitar substâncias estimulantes do Sistema Nervoso Central, como a cafeína, álcool e o tabaco, os quais aumentam a percepção do zumbido.
  • Cuidar da alimentação geral, mantendo uma nutrição saudável.
  • Toda e qualquer medicação que o paciente vinha usando antes de ter zumbido (ou antes de piorar) deve ser revisada.
  • Em geral, o paciente demora alguns meses para notar os efeitos que o tratamento provoca através da plasticidade neuronal. Portanto, precisa entender que perseverança é a palavra-chave nesse tipo de tratamento.

Procure seu médico otorrinolaringologista para avaliação e acompanhamento do seu zumbido. Se a opção de tratamento for o uso de aparelhos auditivos ou geradores de som, nossa clínica possui a tecnologia necessária. Marque também uma consulta de orientação caso queira tirar dúvidas!